O meu poema gira
Noite e dia
dia e noite
Dançando em qualquer lugar
em qualquer parte
O meu poema
Antes de ser um resto de mim
é o deslimite
É festa de fantasia
a passar palavrasque se abrem endomingadas
É leito de Terra negra
em seus ritos e sombras.
O meu poema bate
com passos de argonauta
sons cadenciados
sons refeitos
cantos de kiandas
que me transportam por
oceanos sem fronteira a desenrolar ausências.
O meu poema,
mergulhado no espanto de todos os silêncios
canta o ciclo das origens
a memória de chanas
que vivem na minha memória
Manuel C. Amor
Horta 2010