Nesta espécie de hora nocturna
fragmento ténue
solidão condenada
à imaginação do esquecimento.
o silêncio esvaído
insiste em desenhar mares
arrulhar metáforas e aliterações.
Digo amor
invento um coração
estuário da memória húmida
memória perfumada de hipocrisia
Esbarrondando
neste tempo degradado
Dos homens abjectos.
Digo pátria
Sonho anterior a nós
Chama que a vida em nós criou.
Mensagem fecunda
Trazida
Em todas as auroras ansiosas.
Vou continuar aqui
com os olhos secos
Chorando memórias
Do tempo
Envelhecido no destino.
atirando palavras
ao crepuscular percurso diáfano
das gaivotas
no torpor do voo.
Ai Kalunga!. Kalunga aiué!
A perspicuidade vira opacidade estreita e nublosa.
De que lado vem o vento do mar?