As tentativas para a formulação teórica da história da poesia e literatura angolana parecem esbarrar com o problema da sua periodização.
Por essa razão e à nossa falta de conhecimento científico comprovado sobre a história da poetisa angolana, optamos por seguir com ajustamentos de conveniência, o modelo proposto por Alfredo Margarido, num artigo publicado no jornal o Estado de São Paulo, em finais de 1983, intitulado "A emergência da literatura angolana", onde procuramos fixar os períodos principais da história literatura angolana.
Desde finais do século XIX princípio do século XX até 1930, onde se destaca a célebre geração 1900 da qual fazia parte Cordeiro da Mata, Fontes Pereira, Silvério Ferreira, Apolinário Van-Dúnem e Paixão Franco. No fundo, no fundo, a geração progenitora do famoso manifesto escrito por várias mãos "A voz de Angola clamando no deserto", que foi um autêntico libelo acusatório e uma vigorosa reação de uma plêiade de proto-nacionalistas angolanos a um labéu de cariz racista, vindo a público num periódico da época, burilado por um escriba colonial.
Com a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974 em Portugal, criam-se as condições objetivas para a proclamação da Independência nacional, que ocorrerá em 11 de novembro de 1975 dando lugar ao nascimento da República Popular de Angola.
No período de 1961 até 1975, nasce em Angola geração da guerrilha e a geração de 70, sem esquecer os escritores que gramaram no Tarrafal (alguns dos quais vindos da geração da "Cultura").
De meados dos anos 40 até 1961 com despoletar da luta armada, neste período temos as gerações da "Mensagem" e da "Cultura", sendo um dos momentos privilegiados de imposição do nosso processo literário face à ordem cultural colonial.