Das marinhas espumas engendrada,
essa que vai nas águas cristalinas
sobre a concha de nácar, embalada
pelo coro das horas vespertinas,

da onda que a gerou, ao sol doirada,
no seio ostenta as curvas peregrinas;
deu-lhe a sereia a voz enamorada,
veste-a de encanto a graça das Ondinas...

Ao clarão que em seus olhos amanhece,
a Natureza alvoroçada acorda
e de prazer e júbilo estremece,

porque do Amor a misteriosa essência
dos seus peitos, já túmidos, transborda
como o supremo encanto da existência.

António Joaquim de Castro Feijó, poeta portugês
Autor:
António Feijó
Nome Completo:
António Joaquim de Castro Feijó
Género Literário:
Poeta
Profissão:
Diplomata
Nascimento:
01 de junho de 1859, Ponte de Lima, Portugal
Falecimento:
20 de junho de 2017, Estocolmo, Suécia