Convidada a participar do seminário "A Literatura Africana Contemporânea", que integra a programação da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, a poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares considera que governos e instituições privadas devem assumir um papel mais ativo na divulgação da literatura africana, sobretudo a produzida em países de língua portuguesa.
Ana Paula admitiu que, devido à má divulgação da produção contemporânea, os próprios escritores africanos têm dificuldades para falar sobre o que é feito em outros países além dos seus.
"Há barreiras de todo o tipo que dificultam a divulgação da produção literária dos vários países africanos não só para outros continentes, mas entre nós mesmos, africanos. Há barreiras linguísticas, problemas ligados à atividade editorial e ao dinheiro, ao sistema capitalista", afirmou Ana Paula.
A poetisa afirmou que são os poetas angolanos que, nas últimas três décadas, têm sido mais ousados na experimentação de novas possibilidades de temáticas e linguísticas. Segundo ela, essa experimentação está intrinsecamente ligada ao processo de independência do país, proclamada em 1975.