na noite de breu
ao quente da voz
de suas avós,
meninos se encantam
de contos bantos...
"Era uma vez uma corça
dona de cabra sem macho...
... Matreiro, o cágado lento
tuc... tuc... foi entrando
para o conselho animal...
("- Tão tarde que ele chegou!")
Abriu a boca e falou -
deu a sentença final:
"- Não tenham medo da força!
Se o leão o alheio retém
- luta ao Mal! Vitória ao Bem!
tire-se ao leão, dê-se à corça."
Mas quando lá fora
o vento irado nas fresta chora
e ramos xuaxalha de altas mulembas
e portas bambas batem em massembas
os meninos se apertam de olhos abertos:
- Eué
- É casumbi...
E a gente grande -
bem perto dali
feijão descascando para o quitande-
a gente grande com gosto ri...
Com gosto ri, porque ela diz
que o casumbi males só faz
a quem não tem amor, aos mais
seres buscam, em negra noite,
essa outra voz de casumbi
essa outra voz - Felicidade...